A Foz do Rio Doce é uma região tradicionalmente ocupada por comunidades tradicionais, impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão da mineradora Samarco (Vale, BHP Billiton) em novembro de 2015, em Mariana – MG, que lançou rejeitos de mineração no Rio Doce. Pesquisas produzidas pelas universidades apontam para o agravamento da contaminação na região ao longo dos anos, conforme os 60% dos rejeitos, que ainda se encontram depositados na calha e na hidrelétrica de Candonga, são canalizados pelas temporadas de chuva sendo depositados permanentemente na foz do Rio Doce. 

Na foz vivem cinco comunidades. Na margem sul encontramos Regência Augusta, uma vila de pescadores, com vocações turísticas, onde vivem aproximadamente 2000 pessoas e faz limite com a Reserva Biológica de Comboios, criada para proteger, sobretudo, a principal área de desova da tartaruga gigante no Brasil. Nas imediações de Regência está localizada a comunidade de Areal, recentemente reconhecida como indígena, onde setenta famílias estão vinculadas ao território através de práticas ancestrais de pesca e cultivo de cacau em regime agroflorestal de Cabruca. E Entre Rios é uma pequena comunidade ribeirinha que vive da agricultura.  

Ao norte, do outro lado do rio, estão localizadas as comunidades de Povoação e Degredo, que se organizam economicamente através da pesca e da agricultura. Degredo é reconhecida como comunidade remanescente de quilombo. 

Nenhuma destas comunidades possui sistema de tratamento de esgoto. O sistema de abastecimento de Povoação e Regência continuam captando água no lençol freático a poucos metros do Rio Doce e enfrentam o problema de salinização da água. Os moradores de Degredo e Entre Rios extraem água através de poços para os afazeres domésticos e a irrigação dos plantios. Toda água captada possui forte coloração vermelha, que se manifesta provavelmente pela alta concentração de ferro.

Foto Foz: Messias – Mar de Lama
Foto Médio rio: Expedições Rio Doce Vivo